terça-feira, 15 de abril de 2014

Maria de Betânia (Crônicas da Última Semana parte 2)


700 ml. Mas representavam um verdadeiro tesouro. Custaram o equivalente a 300 dias de salário de um trabalhador comum. Isso se ele fosse capaz de economizar tudo o que ganhasse durante tanto tempo. Aquele perfume era uma pequena fortuna. Fragrância importada da Índia, devia ser usado como qualquer perfume caro: bem pouquinho de cada vez, em ocasiões mais do que especiais.

Maria era de uma família simples. Nada indica que ela fosse rica. Muito provavelmente, aquele frasco era o que ela tinha de maior valor financeiro na vida. Acontece que onde está o seu verdadeiro tesouro, aquilo que realmente você valoriza, seu coração está lá. Dinheiro, riqueza, bens materiais, sonhos de consumo, tudo isso perde o valor diante do Eterno.

Ela conhecia e amava o Mestre. Ele era um grande amigo da família. Um ano antes, seu irmão havia sido ressuscitado por ele, quatro dias depois do enterro. O que poderia valer menos do que isso? Se você já sofreu a dor da perda de um ente querido, você é capaz de avaliar o que representou para Maria a restauração de vida de seu irmão.

E então ela quis fazer o melhor para mostrar seu amor e consideração por Jesus. Ela não tinha coragem de fazer menos do que o melhor. Ainda que para isso, ela tivesse que abrir mão de tudo o que tinha de mais precioso. Sem conta-gotas. Sem economia. Sem miséria. 

Entrou na sala onde Jesus estava. Quebrou o vaso, para que não sobrasse nada. Derramou o perfume sobre os pés e sobre a cabeça do Senhor. Isto era um reconhecimento de que ali estava um rei. Não se incomodou com as reações. Ela sabia que poderia ser ridicularizada e incompreendida. Isso não fazia diferença nenhuma. Seu foco era honrar a Cristo, não ser aplaudida pelos outros. “Ela fez o que pode”, ressaltou Jesus. Fez o que estava ao seu alcance. 

É sempre assim: quem faz o que pode para honrar a Jesus, consegue transformar os atos mais simples em atos proféticos, plenos de significado. “Ela me ungiu para o meu sepultamento”, disse Cristo. A quebra de um vaso se torna um ato extraordinário de adoração, algo para ser lembrado onde quer que o Evangelho fosse pregado.


Nunca será demais o que fazemos para engrandecer a Cristo.


Para ler a parte 1 da série, clique aqui

Um comentário:

  1. "Sem conta gotas. Sem economia. Sem miséria".
    É assim que eu quero ser...

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